Este desenho evocativo captura um homem reclinado de forma casual num sofá ricamente decorado, desenhado com linhas vigorosas e expressivas que transmitem uma elegância descontraída. O artista utiliza traços fluidos, porém deliberados, para mostrar a figura numa pose relaxada, com um braço apoiado atrás da cabeça e os olhos fechados, talvez num momento de contemplação. O contraste entre a sombra densa e escura da roupa do homem e as linhas claras e escassas do sofá e fundo cria uma tensão visual cativante. As curvas e ornamentos do sofá são desenhados com linhas delicadas e confiantes, dando vida tanto ao móvel quanto à figura que nele repousa.

Há um toque sutil de surrealismo na imagem, à medida que as linhas do sofá se dissolvem em rostos etéreos e padrões abstratos, desfocando a fronteira entre figura e cenário. A paleta monocromática de tinta preta sobre papel claro intensifica o foco no trabalho do traço e da forma, convidando o espetador a uma cena tranquila e introspectiva. A simplicidade e economia do meio enriquecem o impacto emocional — um momento íntimo suspenso no tempo, sugerindo tanto o repouso físico quanto um estado mental ou emocional mais profundo. Esta obra ressoa com a sensibilidade do final do século XIX ou início do XX, refletindo uma época em que os artistas exploravam expressões mais pessoais e psicológicas através das artes gráficas.