A obra captura um momento carregado de energia e tensão, refletindo a essência da mitologia e a luta do espírito humano contra a natureza. A figura se destaca em primeiro plano, retratada em uma postura poderosa que simboliza determinação e comando. Sua capa vermelha flutua dramaticamente, contrastando fortemente com a paleta de azuis e roxos que envolve a paisagem montanhosa. Esta combinação cromática infunde uma sensação de misticismo e surrealidade; evoca imagens do crepúsculo, onde a fronteira entre o real e o mítico se dissolve.

Na composição, montanhas angulosas se erguem majestosas, caracterizadas por formas afiadas que sugerem tanto força quanto vulnerabilidade. Um raio atravessa a tela da pintura, servindo como um condutor entre a terra e os céus. Essa força elétrica não apenas direciona o olhar do espectador, mas também imbuí a cena de dinamismo e potencial caos. Os elementos de fundo transmitem movimento, como se as montanhas em si estivessem vivas, ressoando com os tumultos internos da figura. Roerich equilibra habilmente estes elementos, resultando em uma composição que ressoa tanto com arte quanto com poder; é uma narrativa visual que aborda temas de conflito, transformação e a busca pelo divino.

Como peça enraizada no mito do Mahabharata, simboliza a batalha épica entre dever e desejo, refletindo uma experiência humana mais ampla. O artista, profundamente influenciado por suas viagens e estudos de filosofia oriental, integra essas narrativas em seu trabalho, enriquecendo as camadas de significado e ressonância emocional. O impacto desta obra vai além da simples observação; convida o espectador a contemplar suas próprias lutas e triunfos diante de adversidades esmagadoras.