Esta pintura evocativa captura um momento de beleza introspectiva e mito trágico. A figura central, um jovem adornado com uma vibrante coroa floral e uma delicada faixa em tons de arco-íris, apoia-se graciosamente contra uma ruína antiga e coberta de vegetação. Sua forma juvenil, quase etérea, é retratada com pinceladas delicadas que destacam a suavidade da pele e a tensão na pose. O fundo mescla natureza e arquitetura clássica, com uma vegetação exuberante entrelaçada em colunas e arcos de pedra, criando uma atmosfera quase sobrenatural. A paleta é rica, porém suave, dominada por verdes terrosos, marrons e azuis suaves, com toques de vermelho e laranja que atraem o olhar para o rosto expressivo e os detalhes florais.

A composição equilibra magistralmente a figura humana com o ambiente ao redor, evocando o mito de Narciso, conhecido por sua fascinação pelo próprio reflexo. O uso de luz e sombra adiciona profundidade e uma sensação de melancolia, como se a figura estivesse presa entre a realidade e a ilusão. O impacto emocional é profundo — sente-se tanto a beleza quanto a tristeza, um momento íntimo congelado no tempo. Historicamente, esta obra reflete o interesse do simbolismo por mitos, sonhos e o mundo interior, tornando-a não apenas um banquete visual, mas uma narrativa contemplativa sobre identidade e amor próprio.